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Polícia

Justiça Federal determina escolta permanente a liderança camponesa que sofreu atentado em Rondônia

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O Ministério Público Federal (MPF) obteve uma decisão liminar na Justiça Federal que obriga a União e o estado de Rondônia a fornecer escolta e segurança ininterrupta a uma pessoa vítima de atentado à bala em Porto Velho (RO), ocorrido em setembro deste ano. A vítima sobreviveu a nove tiros e permanece em uma unidade hospitalar na capital rondoniense.

A tentativa de assassinato faz parte do cenário de disputas fundiárias em Rondônia. No caso, há suspeitas de envolvimento de agentes públicos da Segurança Pública do Estado, que atuariam em defesa de interesses de especuladores imobiliários em terras rurais próximas a Porto Velho, em oposição à vítima e outros integrantes de grupo que luta por terras que seriam públicas da União.

A vítima já vinha sofrendo ameaças em razão da sua atuação como liderança de trabalhadores rurais sem-terra. Mesmo com a gravidade da tentativa de assassinato, a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) não abriu de imediato uma investigação sobre o caso. Apenas após contatos do MPF com o secretário da pasta é que houve a instauração do inquérito policial junto à 2ª Delegacia de Polícia de Porto Velho.

Na decisão, a Justiça Federal considerou vários argumentos e provas apresentados pelo MPF na ação civil pública sobre o caso. Além do registro policial e do laudo de exame de lesão corporal, o MPF expôs o contexto e a grave situação de vulnerabilidade da vítima. Segundo o órgão, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou que a vítima permanecia internada em unidade hospitalar em Porto Velho, sem nenhuma escolta policial e vulnerável a novos ataques. Durante esse período, houve registros de movimentação suspeita no hospital –  algumas pessoas não autorizadas tentaram ir ao local onde estava a vítima, mas tiveram acesso negado. Além disso, artefatos (objetos ou ferramentas de crime) foram encontrados dentro do hospital.

Programa de Proteção – Antes de ingressar com a ação civil pública, o MPF procurou o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania na tentativa de conseguir proteção para a vítima, por meio do Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas (Provita). No decorrer das tratativas, o excesso de burocracia fez com que o MPF encaminhasse uma recomendação ao Provita para assegurar a inclusão da vítima no programa. Entretanto, a inclusão no programa não garantiu medidas concretas de proteção, ainda que fossem emergenciais.

Para evitar que a vítima continuasse sem proteção, o MPF recomendou à Sesdec que fizesse escolta e outras medidas urgentes. A secretaria negou o cumprimento da recomendação, alegando falta de pessoal. Na resposta, a pasta informou que Rondônia tem a Lei 3.889/2016, que cria o Provita no estado, mas que a lei não foi implementada até o momento. Também informou que o estado não tem recursos para aderir ao Provita da União.

O MPF ressaltou na ação que a proteção à vítima é fundamental para garantir seu testemunho sobre quem efetuou os disparos e também sobre quem são os envolvidos em ações de usurpação de terras da União.

Na ação, o MPF expôs que Rondônia vive um cenário gravíssimo de violência no campo, com atentados e assassinatos praticados com frequência, bem como omissão do estado na apuração dos crimes e na responsabilização dos criminosos. Para exemplificar, o MPF cita na ação o Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) nº 22, no qual o Superior Tribunal de Justiça, em 2019, determinou a transferência de investigações de assassinatos de líderes rurais em Rondônia da Justiça Estadual para a Justiça Federal. O deslocamento de competência se deu por causa da gravidade dos crimes que envolviam conflitos agrários e pela necessidade de evitar a impunidade decorrente da ineficácia das autoridades locais.

Violência agrária – A Justiça Federal ainda vai julgar o pedido do MPF para que determine a União a aprimorar a Política Pública de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas em Rondônia, considerando que o estado de Rondônia não conta com programa próprio, nem em parceria com a União.

Também ainda será julgado o pedido do MPF para que o estado de Rondônia seja obrigado a implementar a Política Pública de Proteção, que já foi aprovada pela Lei 3.889/2016 há quase 10 anos e, no entanto, nunca se efetivou, considerando que Rondônia é um dos estados mais violentos do país, notadamente em conflitos agrários, ou que adote outra medida equivalente para assegurar a proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas.

Fonte: MPF

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Polícia

Dupla sofre acidente gravíssimo após perder controle de moto em Porto Velho

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Na madrugada desta quinta-feira (4), um gravíssimo acidente foi registrado na Avenida Rio de Janeiro, entre a Rua Daniela e a Avenida Mamoré, no bairro Lagoinha, zona Leste de Porto Velho. Dois jovens seguiam em uma motocicleta Honda Titan 160 pela via, no sentido da Avenida Mamoré, quando perderam o controle do veículo.

Segundo informações apuradas pela Equipe Notícias Urgentes, a moto invadiu o canteiro central e os ocupantes foram arremessados ao solo. Um deles colidiu violentamente contra uma árvore e ficou inconsciente, em estado extremamente grave, agonizando até a chegada de uma equipe do Samu, Unidade de Suporte Avançado, que realizou os primeiros socorros.

Devido à gravidade, a vítima foi encaminhada ao Hospital João Paulo II. O segundo ocupante também sofreu ferimentos críticos, recebeu atendimento de outra ambulância e foi levado ao mesmo hospital. Ambos permanecem internados com quadro delicado.

Policiais do Batalhão de Trânsito atenderam a ocorrência, e a Perícia Técnico-Científica realizou os levantamentos no local. Câmeras de monitoramento instaladas na região poderão ajudar a esclarecer se houve a participação de outro veículo ou o que realmente causou a queda violenta.

Fonte: Notícias Urgentes

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Pai arrasta a filha pela porta do carro e é preso em jogo de futebol

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Um homem foi preso durante uma partida de futebol amador na Barra da Tijuca (RJ) por tentar matar a própria filha de 32 anos, que foi arrastada pelo carro que ele dirigia. Valdemar Ferraz Rosendo foi capturado nessa quarta-feira (3/12) por policiais civis da 50ª DP (Itaguaí). Ele teria arrancado com o veículo no momento em que a filha tentava abrir a porta, prendendo-a na maçaneta do carro.

A tentativa de homicídio ocorreu em outubro do ano passado, em Itaguaí (RJ). Segundo a Polícia Civil, Valdemar teria discutido com a ex-companheira, e a filha foi até ele para tentar conversar.

O pai já estava dentro do carro quando a filha se aproximou. Ao segurar a maçaneta, ela foi arrastada pelo veículo enquanto pedia socorro, mas Valdemar não parou. A vítima só conseguiu escapar porque a maçaneta se quebrou, lançando-a no asfalto. Valdemar fugiu sem prestar qualquer ajuda.

Após descobrir que a filha havia procurado a delegacia, Valdemar se escondeu na comunidade do Bateau Mouche, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro.

Fonte: Metrópoles

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Mãe foragida por torturar e quebrar 6 costelas de filha bebê é presa

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Ketlyn Di Cris Sampaio Vieira, de 28 anos, foi presa na manhã dessa terça-feira (2/12), no bairro Trevo, em Praia Grande, litoral sul de São Paulo. Ela era procurada após ter sido condenada a nove anos e quatro meses de prisão por ter torturado a filha de seis meses de idade, em 2021.

Ela era procurada desde outubro deste ano, quando a Justiça de São Paulo expediu um mandado de prisão definitiva após a condenação transitar em julgado. Ketlyn já havia sido presa em flagrante pelo crime de tortura no dia 7 de março de 2021, junto com João Victor Calazans do Carmo, companheiro dela e padrasto da criança.

Na ocasião, a prisão foi convertida em preventiva, mas um alvará de soltura expedido em julho de 2021 permitiu que os dois respondessem pelos crimes em liberdade, visto que a criança vítima da tortura estava protegida na guarda de familiares. João Victor segue foragido.

Crime de tortura

Ketlyn e João Victor foram presos em flagrante no dia 7 de março de 2021, após levarem o bebê de seis meses com lesões graves à Unidade de Pronto Atendimento Quietude, em Praia Grande.

Na UPA, a médica plantonista constatou seis costelas e uma clavícula fraturadas. Além disso, um laudo médico afirmou que as lesões foram causadas em momentos distintos.

Inicialmente, a mãe alegou que as lesões poderiam ter sido causadas por uma queda, um aperto involuntário muito forte ou até mesmo por uma reação à vacina, mas Ketlyn apresentou nervosismo, o que levantou suspeitas e fez a médica acionar a polícia. A mulher ainda tentou fugir do local com a chegada da PM.

Posteriormente, familiares da vítima contaram que o bebê apresentava lesões e hematomas constantes desde os três meses de vida. Havia também um registro anterior de boletim de ocorrência por maus-tratos, de janeiro de 2021.

O casal foi preso e condenado a nove anos e quatro meses de prisão em regime inicial fechado pela prática de tortura com lesão corporal grave.

Fonte: Metrópoles

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