Conecte-se conosco

Polícia

Ex-namorada delata PRF que atuou em Porto Velho e diz que transportaram 2 toneladas de cocaína

Suziele Gomes de Oliveira e Raphael Ângelo foram presos em operação da PF que investiga tráfico de cocaína por PRFs e policiais militares

Publicado

em

A cabeleireira Suziele Gomes de Oliveira, ex-namorada do policial rodoviário federal (PRF) Raphael Ângelo Alves da Nóbrega, afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que realizou quatro viagens de carro com o PRF a Fortaleza, no Ceará, para onde transportaram 2 toneladas de droga.

Suziele prestou depoimento no último dia 7/11, após ser presa no âmbito da Operação Puritas, que investiga esquema de tráfico de drogas interestadual envolvendo PRFs e policiais militares. A droga era entregue ao Comando Vermelho. A coluna teve acesso ao teor da oitiva.

No depoimento à PF, a ex-companheira de Raphael não poupou palavras e disse que se sentia à vontade para falar mesmo sem a presença de um advogado. Ela explicou que foi “abandonada” após ter sido presa em flagrante, em julho de 2023, transportando 542 quilos de cocaína.

Suziele relatou que conheceu Raphael entre 2021 e 2022, período em que tiveram um relacionamento amoroso. Narrou aos investigadores que foi o policial que a convenceu de acompanhá-lo nas viagens para o transporte da droga e que se surpreendeu com o convite, uma vez que Raphael é PRF.

Admitiu que, além de Raphael, ela fez viagens com o PRF Diego Dias Duarte com o mesmo objetivo. Suziele disse ainda que ganhou um celular de Diego para usar especificamente em questões ligadas ao tráfico de drogas.

Raphael Ângelo e Diego Duarte, bem como outros três policiais militares, também foram alvo da Operação Puritas. De acordo com as investigações, os agentes eram responsáveis pelo transporte de toneladas de drogas destinadas principalmente ao Comando Vermelho (CV) no estado do Ceará.

No caso de Suziele, a PF aponta que ela acompanhava os transportes feitos pelo grupo investigado, realizando, entre outras funções, a navegação nas rotas utilizadas pela organização.

Tanto Suziele quanto os policiais obedeciam aos comandos do traficante José Heliomar de Souza, conhecido como Léo e apontado pela PF como mentor intelectual, coordenador e líder da organização criminosa sediada em Porto Velho, Rondônia. Ela disse em depoimento que chegou a receber R$ 15 mil em outubro de 2022 para transportar droga.

PRF e ex foram presos em 2023 com meia tonelada de cocaína

Raphael Ângelo e Suziele Oliveira chegaram a ser presos em flagrante, em julho de 2023, transportando 542 kg de cocaína em Canarana (MT), a 823 quilômetros de Cuiabá. Na ocasião, Raphael capotou a caminhonete que pilotava com as drogas, e o casal tentou empreender fuga, mas foi rendido.

Em um dos aparelhos celulares apreendidos com Suziele, os investigadores encontraram várias buscas e histórico de rotas realizadas para o transporte de entorpecentes.

Naquela época, segundo inquérito da PF a que a coluna teve acesso, Raphael já era investigado por tráfico de drogas e trabalhava lotado na unidade da PRF em Porto Velho (RO)*. No curso das apurações, a PF identificou que ele recebeu um Jeep Compass como forma de pagamento pelo transporte de drogas.

Raphael foi demitido pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em 24 de julho deste ano, em razão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

Em relação a Diego Duarte, ele está atualmente lotado na PRF da Bahia, mas já trabalhou na cidade de Guajará-Mirim, em Rondônia, na fronteira com a Bolívia. Diego foi preso no último dia 7/11. A Polícia Federal apreendeu na casa dele, em Feira de Santana, um cofre com R$ 580 mil e US$ 8,1 mil em espécie.

Outras ligações de Suziele com Heliomar

Em outubro de 2022, Suziele já havia sido abordada pela Polícia Rodoviária Federal na BR-070, na divisa entre Mato Grosso e Goiás. Na ocasião, a cabeleireira estava em uma caminhonete com Heliomar, o mentor intelectual da organização criminosa, e Kevin Rodrigo de Oliveira Santos, que também era investigado, mas faleceu.

Durante aquela abordagem, os agentes da PRF não encontram nenhuma ilegalidade no veículo, mas mesmo assim registraram que os três demonstraram “nervosismo” e deram respostas “contraditórias e pouco coerentes”.

Eles disseram que estavam viajando de Cuiabá (MT) para Goiânia (GO). Mas o fato de Heliomar morar em Porto Velho (RO) fez com que os agentes questionassem ainda mais o trio. Outro dado que chamou a atenção dos policiais naquela ocasião foi o fato de Heliomar ter chegado a cidade com um veículo (Jeep Compass) e sair do município em outro (S10).

José Heliomar explicou que o Jeep Compass foi emprestado por “um amigo que é policial rodoviário federal”. No curso das investigações, ficou comprovado que o tal PRF é Diego Duarte, que tinha alugado o veículo para o trio viajar de Porto Velho até Cuiabá.

A PF, em colaboração com a Corregedoria da PRF, levantou provas de que Raphael Ângelo e Diego Duarte alugavam veículos no nome deles para que o grupo pudesse transportar a droga sem que isso levantasse suspeitas da polícia e da fiscalização das rodovias.

Fonte: Metrópoles

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Polícia

Polícia Civil apreende adolescente responsável por vendas de drogas

Publicado

em

Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Civil de Rondônia, por meio da Delegacia de Jaru, realizou uma operação que resultou na apreensão de entorpecentes, do tipo maconha, que seriam comercializados no município.

Durante a ação policial, foi constatado que o responsável pelo comércio da droga era um menor de idade. O adolescente foi apreendido e conduzido à UNISP (Unidade Integrada de Segurança Pública) para os procedimentos legais cabíveis.

A Polícia Civil de Rondônia segue firme no combate ao tráfico de drogas, buscando desarticular redes criminosas e proteger a população, especialmente os jovens, da influência do crime organizado.

Continue lendo

Polícia

Acusados de matar socioeducador são condenados a 44 anos de prisão em Porto Velho

Publicado

em

Nesta segunda-feira (18/11), dois réus foram condenados por homicídio quadruplamente qualificado e destruição de cadáver. As penas fixadas pelo Tribunal foram de 31 anos e 1 mês para um dos réus e 13 anos para o outro. O caso envolveu a morte de um socioeducador e contou com a atuação do Promotor de Justiça Fábio Rodrigo Casaril no júri popular.

O homicídio ocorreu em fevereiro do ano passado e teve características de extrema violência. A vítima, um servidor da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), foi morta com golpes de terçado e esgorjamento, sofrendo intenso sofrimento antes de sua morte. Após o assassinato, o corpo foi queimado em um terreno baldio para tentar ocultar o crime.

As investigações apontaram a ligação dos acusados com uma facção criminosa. O crime foi cometido por motivo torpe, com meio cruel e recursos que dificultaram a defesa da vítima, que estava desarmada e em desvantagem numérica.

A Polícia Civil deflagrou a Operação Artrox em março, visando prender os envolvidos no assassinato. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão. Além dos dois condenados, outras pessoas foram investigadas por participação no crime, sendo uma delas morta em confronto com a polícia.

Segundo o Promotor de Justiça Fábio Rodrigo Casaril, as penas aplicadas reafirmam o compromisso da instituição com a segurança da sociedade e a aplicação das leis. “O Ministério Público atua para que crimes como esse não fiquem impunes. A condenação fortalece o direito da sociedade à justiça e à segurança pública.” O Promotor disse ainda que, no caso do réu condenado a 13 anos em regime fechado, o MPRO recorreu para aumentar a pena.

O direito da sociedade a segurança é garantido por ações como essa, em que o MPRO age na defesa do direito à vida, à justiça e à segurança pública, protegendo a ordem social e garantindo que a lei seja cumprida. O Ministério Público segue atuante no combate ao crime organizado, reafirmando seu compromisso com a ordem pública e a aplicação das leis penais.

Continue lendo

Polícia

Polícia Federal deflagra operação contra Delegado, secretário municipal e advogado acusados de corrupção

Publicado

em

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (21/11) a Operação Triunvirato, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso envolvendo a venda ilegal de bens apreendidos, como madeira e cassiterita, além de pagamento de propina e lavagem de dinheiro no município de Humaitá.

A investigação revelou um esquema de corrupção que contava com a participação de um Delegado de Polícia Civil, um Secretário Municipal de Infraestrutura e um advogado. Os envolvidos utilizavam-se de suas posições de confiança para desviar e comercializar bens apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e que eram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil em Humaitá.

Naquela unidade policial, então, os proprietários dos carregamentos apreendidos, através do advogado alvo da operação, realizavam pagamento de propina, parte do qual era destinado ao Delegado de Polícia investigado, com o fito de reaver seus bens.

Para garantir o sucesso da empreitada criminosa, além de ludibriar o Ministério Público e o Poder Judiciário, os envolvidos simulavam a destinação das apreensões à Secretaria Municipal de Obras em Humaitá, em conluio com o secretário da pasta.

O trabalho investigativo apontou, ainda, a venda ilegal de aproximadamente três toneladas de cassiterita, minério responsável para produção de estanho, os quais também estavam sob custódia da Polícia Civil.

Entre os métodos fraudulentos, destacava-se a utilização de empresas de fachada para ocultar a origem dos valores ilícitos. O esquema gerou prejuízos significativos ao patrimônio público e ao meio ambiente.

Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva expedido em desfavor do Delegado de Polícia Civil, além da determinação de sequestro de bens, que totalizam aproximadamente R$ 10 milhões, valores estes obtidos pelos criminosos. As ações ocorreram simultaneamente em Manaus/AM, Itacoatiara/AM e Humaitá, visando a coleta de provas e a desarticulação completa do grupo criminoso.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com penas que poderão chegar a 34 anos de reclusão.

Continue lendo

Trending