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Justiça do Trabalho mantém auto de infração contra empresa por descumprimento de cota de PCDs

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A Justiça do Trabalho julgou improcedente a ação ajuizada pela empresa Eletro J.M. S/A, que buscava a anulação de um auto de infração lavrado pela fiscalização do trabalho, em razão do descumprimento da cota legal de contratação de pessoas com deficiência (PCD), prevista no artigo 93 da Lei 8.213/1991. A decisão foi proferida pelo juiz do Trabalho Ailsson Floriano Pinheiro de Camargo, da 1ª Vara do Trabalho de Ariquemes, e considerou que a empresa não demonstrou ter esgotado todos os esforços necessários para o cumprimento da exigência legal.

A empresa argumentou que enfrentou dificuldades para preencher as vagas reservadas a PCDs, alegando que as instituições responsáveis pelo encaminhamento desses trabalhadores não realizavam esse serviço de forma eficiente devido à falta de recursos e ausência de profissionais qualificados. Sustentou ainda que muitos candidatos se recusaram a assinar a carteira de trabalho por temor de perder o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o que teria dificultado ainda mais a inserção desse público no mercado formal.

Na decisão, o magistrado contestou os argumentos, destacando que a exigência legal tem caráter inclusivo e social, e que a empresa não pode simplesmente alegar dificuldades sem adotar medidas concretas para garantir a contratação.

Ao analisar o caso, o magistrado ressaltou que a reserva de vagas para trabalhadores(as) com deficiência é uma política pública de ação afirmativa, voltada à inclusão social e profissional de um grupo historicamente marginalizado. Segundo a sentença, as alegações da empresa não foram suficientes para afastar a aplicação da norma, uma vez que a legislação deve ser interpretada de forma sistêmica, considerando normas internacionais e constitucionais que garantem a igualdade e a inclusão no mercado de trabalho.

O juiz destacou que, apesar das dificuldades mencionadas, a empresa não comprovou ter adotado todas as providências cabíveis para viabilizar a contratação de PCDs, como a oferta de melhores condições salariais ou a busca ativa por trabalhadores fora dos canais tradicionais de recrutamento. Na decisão, foi feita uma distinção entre impossibilidade e dificuldade, sendo esta última a situação da empresa. O magistrado enfatizou que aceitar a mera dificuldade como justificativa esvaziaria completamente a eficácia da norma e comprometeria a política de inclusão.

Diante da ausência de esforços concretos para garantir a contratação de PCDs, a Justiça do Trabalho manteve o auto de infração e a multa aplicada, afastando o pedido da empresa para a sua anulação.

Inclusão e responsabilidade social

A decisão reforça a necessidade de que as empresas adotem medidas efetivas para garantir o cumprimento da cota legal, assegurando que pessoas com deficiência tenham acesso a oportunidades no mercado de trabalho. As empresas devem seguir promovendo ações que viabilizem a inserção desses trabalhadores, contribuindo para um ambiente profissional mais inclusivo e alinhado com os direitos garantidos pela legislação trabalhista, sendo dever das empresas superar as barreiras estruturais e criar condições favoráveis para a contratação desse público.

Da sentença ainda cabe recurso. (Processo nº 0000002-85.2025.5.14.0031)

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Prefeito Léo Moraes entrega ofício ao ministro das Cidades com propostas para o Novo PAC 2025

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Durante a solenidade de entrega do residencial Porto Fino, realizada na quinta-feira (24), o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, entregou pessoalmente ao ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, um ofício contendo propostas prioritárias para o município, no âmbito do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2025.

O documento entregue, referente ao eixo de mobilidade urbana com recursos do tipo RP2, ou seja, recursos específicos do Ministério das Cidades, expressa o interesse da capital rondoniense em integrar o programa federal com um conjunto de projetos estruturantes voltados à modernização do sistema de transporte público e ao incentivo à mobilidade sustentável.

De acordo com Secretaria Municipal de Resolução Estratégica de Convênios e Contratos (Semesc), entre as propostas destacadas no ofício estão a Implantação de 24,95 km de ciclovias, Implantação do Centro de Controle Operacional (CCO), Construção do Terminal de Integração Leste e Modernização e instalação de abrigos de transporte público.

Documento contempla, também, a modernização do sistema de transporte público

“O investimento total pleiteado pelo município é de R$ 26,5 milhões, distribuídos entre ações que promovem acessibilidade, conectividade e segurança no deslocamento urbano. As propostas seguem alinhadas às diretrizes do Novo PAC para cidades de médio e grande porte, como é o caso de Porto Velho”, informou o secretário da Semesc, Antônio Prata.

Durante o encontro, o ministro Jader Barbalho Filho recebeu o documento e se comprometeu a encaminhá-lo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçando a parceria entre o município e o Governo Federal na busca por soluções eficazes para os desafios urbanos da capital de Rondônia.

“Acreditamos na força da cooperação institucional. Com o apoio do Ministério das Cidades, queremos transformar a mobilidade urbana de Porto Velho e garantir mais qualidade de vida à nossa população”, afirmou o prefeito Léo Moraes.

A proposta técnica e os estudos complementares estão sendo finalizados pela equipe da Prefeitura e serão apresentados conforme os critérios estabelecidos pelo Novo PAC. O objetivo é garantir que Porto Velho esteja entre os municípios prioritários na seleção dos investimentos federais para o setor.

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Justiça Federal obriga município de RO a retirar nomes de pessoas vivas de bens públicos

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A Justiça Federal determinou, na última quinta-feira (24), que a Prefeitura de Ariquemes (RO) retire os nomes de pessoas vivas de sete imóveis públicos do município. Caso a decisão não seja cumprida no prazo de 15 dias, a administração poderá ser multada em R$ 1 mil por dia de descumprimento.

Mas você sabe por que é proibido homenagear pessoas ainda em vida com nomes em obras públicas? A Lei Federal nº 6.454/1977 proíbe a atribuição de nomes de pessoas vivas a bens públicos em todo o território nacional. A regra permite homenagens apenas a pessoas já falecidas e de reconhecida relevância — com exceção feita exclusivamente a ex-presidentes da República também já falecidos. O objetivo da norma é evitar o uso político dessas homenagens, impedindo que autoridades se promovam por meio da publicidade oficial.

Em Ariquemes, um dos alvos da decisão é o estádio municipal Gentil Valério, conhecido como Arena Valerião, nome adotado em homenagem ao ex-prefeito Gentil Valério de Lima, o primeiro eleito da cidade. Porém, o ex-prefeito está vivo e mora atualmente em Brasília (DF).

Estádio Valerião, Ariquemes — Foto: Asscom Real Ariquemes

Além do estádio, cinco escolas e o Centro Administrativo Municipal também deverão ser renomeados. Para esses, o prazo é de 90 dias. Os prédios são:

  • Escola Municipal Eva dos Santos de Oliveira;
  • Escola Municipal Ireno Antônio Berticell;
  • Escola Municipal Venâncio Kottwitz;
  • Escola Municipal Levi Alves de Freitas;
  • Escola Municipal Paulina Mafini;
  • Centro Administrativo Municipal Dr. Carpintero.

Segundo o MPF, ao nomear prédios públicos com nomes de pessoas vivas, o município violou que proíbe esse tipo de homenagem. O órgão ressaltou que a prática fere o princípio da impessoalidade, previsto na Constituição Federal. A prefeitura deverá comunicar à Justiça o cumprimento da decisão. Ainda cabe recurso.

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Comerciante é condenado por furto de energia

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Na última semana, um comerciante de Porto Velho foi condenado pela justiça por furto de energia.  A pena aplicada foi de 1 ano e dois meses de reclusão pelo crime cometido em setembro do ano passado em comércio da capital. A fraude foi constatada pela perícia técnica da Polícia Civil durante uma fiscalização de combate ao furto de energia. 

A prática de furto de energia, também conhecida como “gato”,  está prevista no Art. 155 § 3º do Código Penal brasileiro. Além de ser um crime, o furto de energia pode causar acidentes graves e até fatais, prejudica a qualidade do fornecimento de energia e provoca aumento na conta de energia. Há também a perda de arrecadação de ICMS pelo estado de Rondônia. Para se ter uma ideia, em 2024, o estado deixou de arrecadar em ICMS mais de R$ 160 milhões, recurso com o qual seria possível adquirir cerca de 400 ambulâncias ou construir 1.200 casas populares.  “O furto de energia impacta toda a sociedade já que traz riscos à segurança, prejudica a qualidade da energia que chega até o cliente e impacta na conta de energia que acaba ficando mais cara”, explica o gerente de Combate às Perdas da Energisa,  Daniel Andrade.

Denúncias anônimas 

Ao identificar o furto de energia, o cidadão pode fazer a denúncia de forma anônima pelo telefone da polícia, 190, ou pelo contato da Energisa que é o 0800 647 0120.   

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