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Política

Comissão do Senado aprova flexibilização do licenciamento ambiental

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A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou, nesta terça-feira (20), por votação simbólica, o projeto de lei (PL) que cria novo marco para o licenciamento ambiental no Brasil com a flexibilização de regras para empreendimentos com impactos sobre o meio ambiente.

O PL 2.159/2021 é tido como um retrocesso por organizações ambientalistas e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os especialistas que o criticam questionam a possibilidade de autolicenciamento por parte das empresas para obras de pequeno e médio portes, além da isenção de licença para determinadas atividades agropecuárias.

Por outro lado, a matéria é apoiada pela bancada ruralista e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Os defensores do PL argumentam que as regras atuais são contraditórias e burocráticas, o que paralisa obras e empreendimentos em todo o país, prejudicando desenvolvimento econômico. Ao mesmo tempo, sustentam que a matéria mantém a fiscalização ambiental.

O texto deve ser votado ainda na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e está na pauta do plenário do Senado nesta quarta-feira (21). Se aprovado, volta para nova análise da Câmara dos Deputados uma vez que o Senado alterou o texto original. Manifestaram-se contra o texto apenas os senadores do PT e a senadora Eliziane Gama (PDS-MA).

Eliziane argumentou que o texto apresentado no Senado é melhor do que o da Câmara, mas que ainda está “muito ruim”. Segundo a senadora, a lei é inconstitucional por liberar autolicenciamentos para obras de médio porte. Eliziane lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já derrubou leis estaduais com esse teor.

“[A barragem que se rompeu] em Brumadinho era de médio porte. Nós temos vários outros empreendimentos, não apenas em Minas Gerais, mas em outros estados, que são de médio porte. Se não considerarmos todo o processo de licenciamento ambiental como tem que ser, nós poderemos, em função do lucro e da competitividade, infelizmente, ceifar novas vidas”, afirmou a parlamentar.

O relator do PL na comissão, senador Confúcio Moura (MDB), disse que fez os ajustes possíveis para reduzir as divergências. Confúcio informou que o projeto, que tinha 80 pontos de discordâncias entre os senadores, ficou com apenas seis divergências ao final.

“Não ficou nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Ficou o que foi possível. Sobre Brumadinho ser médio porte. Nós temos agora as condicionantes que o Poder ambiental vai usar para decidir o porte de cada empreendimento, como localização e natureza do empreendimento. Isso fica a cargo do órgão licenciador”, justificou.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), criticou a transferência, para estados e municípios, do poder de definir o porte ou impacto ambiental das obras e empreendimentos no Brasil. Para ele, a mudança é “extremamente arriscada”.

“Nós estamos correndo risco de ter uma guerra ambiental. Quem facilitar mais o formato do licenciamento conseguirá atrair [o empreendimento]. Eu já fui governador, conheço a estrutura de prefeitura. Imagine, por exemplo, uma cidade pequena. A pressão de um grande empresário sobre o prefeito é muito grande. E eu acho que, às vezes, ele não tem estrutura para resistir a isso”, afirmou.

O líder do governo criticou ainda a decisão de desconsiderar órgãos técnicos no processo de licenciamento ambiental. “Desconsiderar órgãos técnicos, como a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas], que podem ser ouvidos, mas não são obrigados a ser acompanhados, eu acho que é fragilizar demais esse processo porque são órgãos técnicos, não políticos”, disse.

A relatora do projeto na CAR, senadora Tereza Cristina (PP-MS), disse que o texto não é perfeito, mas que precisa ser aprovado para destravar obras e empreendimentos no Brasil.

“As regulações [atuais] confundem e paralisam os processos e, muitas vezes, sobrepõem competências entre a União, os estados e os municípios. Isso causa insegurança jurídica. O licenciamento precisa ser visto e analisado com calma, só que, às vezes, são demoras sem necessidade, que atravancam o desenvolvimento. É claro que o meio ambiente precisa ser preservado, mas a lei que estamos discutindo não revoga nenhuma punição por crime ambiental”, comentou.

Já o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que o projeto seria um “presente para o presidente Lula” por destravar obras e criticou a legislação ambiental no país.

“É a solução de continuidade nas obras que não andam nesse país. Lá no meu estado, temos uma mina de potássio, de ureia e temos o fósforo, que fazem os fertilizantes E não querem que a gente aprove isso aqui porque o meio ambiente não permite que a gente trabalhe. Hoje, a gente vive hoje refém de uma política ambientalista que não interessa à nação brasileira”, afirmou Aziz.

Retrocesso
Organizações ambientais sustentam que o projeto representa o maior retrocesso em matéria de legislação ambiental dos últimos 40 anos, desde a Constituição de 1988.

A coordenadora do Observatório do Clima, Suely Araújo, reconhece os problemas do licenciamento, mas avalia que as mudanças propostas pelo Parlamento não resolvem problemas operacionais.

“Temos problemas? Temos. Os processos demoram e poderiam ser mais previsíveis. A gente pode discutir uma série de melhorias procedimentais. No lugar de garantir mais pessoal para realizar os licenciamentos, você começa a transformar o licenciamento em um apertar de botão. Essa é a distorção”, respondeu.

Já o Ministério do Meio Ambiente considera que o projeto viola princípios fundamentais da Constituição, que garante um meio ambiente equilibrado. O secretário executivo do ministério, João Paulo Capobianco, considera a matéria um grande retrocesso.

“O projeto viola, da forma como está, alguns princípios fundamentais que já foram trazidos pelo Supremo para resolver outras inúmeras questões ocorridas, principalmente, no governo anterior. O Supremo adotou o princípio do não retrocesso como um princípio basilar nas suas decisões e esse projeto de lei, evidentemente, traz um conjunto grande de retrocessos”, disse.

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Política

Vereadora denuncia prefeito de Jaru ao MP por barrá-la em reunião oficial

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A vereadora Sol de Verão (Luzia de Fátima da Silva Abadias) protocolou uma denúncia no Ministério Público contra o prefeito de Jaru, Jeverson Lima, por tê-la impedido de participar de uma reunião oficial na sede da Prefeitura. O caso ocorreu no dia 23 de junho e foi registrado em vídeo, boletim de ocorrência e repercutido na imprensa local.

O encontro tratava da interdição de vias públicas no município e contou com a presença de diversas autoridades. No entanto, mesmo após se identificar, a parlamentar foi barrada na entrada. Segundo ela, a ordem teria partido do próprio prefeito e foi executada pela secretária de gabinete, Ana Lúcia Campos.

A representação aponta indícios de violação institucional e possível ato de improbidade administrativa. O Ministério Público irá apurar se houve irregularidades na conduta dos envolvidos, conforme determina a legislação.

Em declaração pública, a vereadora destacou que a medida não é motivada por questões pessoais, mas sim por respeito à função que exerce como representante do povo:

“Não faço essa representação por interesse próprio, mas como mulher eleita para representar uma parcela significativa da população que acredita que nenhuma autoridade pode se colocar acima da lei”, afirmou.


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Política

Presidente Nacional do PSDB, Marconi Perillo, confirma vinda a Rondônia para lançar Hildon Chaves como pré-candidato ao governo de Rondônia em 2026

Evento acontecerá no dia 7 de agosto, em Porto Velho. O local e o horário ainda serão definidos.

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Nesta semana, o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), esteve com o presidente nacional da sigla, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo. Na ocasião, conversaram sobre Porto Velho, o estado e sobre a boa política. Além disso, trataram da visita à capital rondoniense para anunciar a pré-candidatura de Chaves ao governo de Rondônia, no próximo dia 7 de agosto.

“Esse é o meu objetivo, essa será a minha pauta em Porto Velho. Eu quero convidar todos vocês que estejam comigo para a gente fazer esse convite em voz alta e todo mundo junto ao Hildon, para que ele aceite esse desafio, seja governador de Rondônia e transforme Rondônia como ele transformou Porto Velho”, disse Perillo.

O presidente declarou sua satisfação em estar com Hildon Chaves, a quem considerou um dos mais conceituados prefeitos do Brasil. A afirmação se dá em virtude da consulta popular de avaliação de gestores das capitais em 2024, realizada pelo Instituto AtlasIntel, que o estabeleceu entre os dez primeiros colocados do país, com 67% de aprovação.

Agradecimento

“Com muito carinho e reconhecimento, ele confirmou presença em Rondônia. Fico honrado com a confiança e com o apoio de quem acredita no poder da boa política e da transformação. Vamos juntos construir esse novo caminho para Rondônia!”, falou Hildon.

Agenda e convenção

A publicação feita em uma rede social por Hildon Chaves não apresentou o local e o horário da visita de Perillo, o que indica que ainda serão anunciados pela direção estadual do partido. Neste primeiro momento, o nome será lançado como pré-candidato. Após as formalizações da Convenção Estadual, prevista para ocorrer em meados de junho de 2026, ele se tornará oficialmente o candidato a governador do PSDB.

Assessoria PSDB

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Política

Deputado Alex Redano destaca importância da Agroshow 2025 e parceria com a Elero para o desenvolvimento de Rondônia

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O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Alex Redano (Republicanos), destacou nesta segunda-feira (21) a importância da Sicoob Agroshow 2025 para o fortalecimento do agronegócio, da economia regional e do desenvolvimento humano no estado. 

Para Redano, a Agroshow é uma das feiras mais estratégicas de Rondônia, ao reunir inovação, negócios, conhecimento e oportunidades para o setor produtivo.

“Feiras como a Agroshow não apenas movimentam a economia, mas também promovem conhecimento, modernização e abrem portas para parcerias que impactam diretamente o produtor rural. Rondônia é um estado com vocação agrícola, e eventos como esse nos colocam em posição de destaque nacional”, destacou o presidente da Assembleia Legislativa.

Com mais de 200 expositores confirmados, a programação inclui vitrines tecnológicas, oficinas, leilões, atividades culturais e palestras com temas voltados à inteligência artificial, educação financeira, vocação profissional e sustentabilidade. Alex Redano também fez questão de enaltecer a participação da Elero (Escola do Legislativo de Rondônia), parceira do evento e referência em ações educacionais no estado.

“A participação da Elero na Sicoob Agroshow fortalece o aspecto educacional do evento. As palestras que ela apoia, como as do economista Guilherme Giacon e da psicóloga Rúbia Luz, agregam muito valor e contribuem para a formação de jovens e produtores. Isso é desenvolvimento de verdade”, afirmou Redano.

O presidente reforçou ainda o compromisso da Assembleia Legislativa com iniciativas que geram crescimento para Rondônia. “A Agroshow é uma vitrine da força do nosso estado, é um espaço de troca, aprendizado e geração de oportunidades. A presença da Elero e o envolvimento de tantas instituições provam que quando unimos forças, avançamos muito mais”, concluiu.

A entrada para a Sicoob Agroshow 2025 é gratuita. As inscrições podem ser feitas no local do evento ou no site sicoobagroshow.com.br.

Assessoria

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