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Polícia

Pastor acusado de matar esposa com golpes de facão já foi condenado por outro feminicídio há 24 anos

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Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, o pastor evangélico suspeito de assassinar Auriscléia Lima do Nascimento, em Capixaba, no interior do Acre, foi condenado por matar uma mulher há quase 25 anos. O g1 conversou, com exclusividade, com uma sobrinha de Silene de Oliveira Marcílio, vítima do homem. A parente pediu para não ser identificada.

Silene foi estuprada e assassinada no dia 3 de setembro de 2000 na zona rural de Senador Guiomard, cidade natal dele. Por conta do crime, Natalino foi julgado e condenado a 27 anos, sendo 19 pelo assassinato e oito pelo estupro, porém cumpriu apenas seis em regime fechado. Por bom comportamento, ele foi para o semiaberto.

Na época, em 21 de março de 2002, quando ele foi condenado, o crime ainda não era tipificado como feminicídio, lei esta que só foi promulgada em 2015.

Natalino, conhecido como Lino, era considerado integrante da família. Segundo a sobrinha da vítima, o tio dela, viúvo, ajudava o acusado desde criança e disse que ele sempre fazia visitas à família, com amizade com os primos também.

Em setembro daquele ano, ela contou que teve um jogo na zona rural de Senador Guiomard, onde moravam, e Natalino foi participar. “Ele estava um pouco bêbado, além de que também usava drogas. Aí ele quis brigar no campo e apartaram a briga. Meu primo, irmão, tia, disseram para ele ir pra casa dormir”, relatou ela.

A sobrinha de Silene continuou narrando que o local onde a tia morava também era na zona rural e muito distante, então ele saiu do jogo e foi para a casa dela. O marido da vítima tinha saído para colher arroz e Silene decidiu ficar em casa com os filhos. Foi nesse instante que Natalino chegou.

Estavam o filho dela que, na época, tinha 5 anos e a outra filha de 2 anos junto com ela. O que se sabe é que ele saiu correndo com a menina com a faca no pescoço. Meu priminho correu e minha tia pediu pra ele soltar a filha dela, e podia fazer o que quisesse com ela”, mencionou

Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, suspeito de matar Auriscléia Nascimento, já foi condenado por homicídio contra outra mulher há 24 anos — Foto: Reprodução

Assassinato

Após cometer o crime contra Silene, as crianças contaram aos familiares e à polícia que depois de soltar a menina, Natalino começou a esfaquear a mãe dos dois.

Só nas costas foram 16 facadas. As crianças se esconderam atrás de uma moita de mato. Ali mesmo ele estuprou ela e fez atrocidades”, afirmou a sobrinha.

Depois do crime contra Silene, Natalino teria ido embora da zona rural e ido para a cidade, onde morava uma tia dele. Ela viu as roupas dele sujas de sangue e desconfiou que algo tinha acontecido. Ele chegou em casa, tomou banho e depois dormiu como se nada tivesse acontecido.

A sobrinha expôs ainda que o tio chegou no outro dia, não encontrou a mulher e nem os filhos e achou que eles tinham ido na casa da mãe dela, pois isso sempre acontecia. Um tempo depois, o marido começou a desconfiar do sumiço e da falta de informações sobre a família.

“Começaram a ligar para os parentes e foram em hospitais do Quinari e Rio Branco e nada. Já no terceiro dia, meus primos chegaram e contaram que o Lino havia matado a mãe deles. Depois que eles saíram e contaram o que aconteceu, meu tio chamou todo mundo para procurar a mulher e acharam o corpo em um estado deplorável. Eles [crianças] ficaram escondidos junto com a mãe morta em uma mata“, relembrou.

Nunca demonstrou arrependimento

A sobrinha afirma que no mesmo dia em que o corpo de Silene foi encontrada, ele foi preso. A roupa suja de sangue foi entregue pela tia dele à polícia. Além disto, Natalino tinha sangue na lateral das unhas, o que ajudou na condenação.

Ainda de acordo com ela, Natalino nunca demonstrou arrependimento pelo assassinato da tia.

“Quando ele saiu, ainda disse que ia matar minha mãe porque ela tinha ido depor. Mas só ficou ameaçando, ninguém chegou a ver depois. Só ouvimos comentários depois que ele tinha assassinado um rapaz e tinha sumido. Depois ficamos sabendo que ele era pastor e agora essa tragédia”, lamentou.

O delegado Aldízio Neto, responsável pelas investigações do Caso Auriscléia. Ele confirmou que o crime cometido por Natalino foi no ano de 2000, bem como a identidade da vítima.

“Pesa em seu desfavor sua personalidade, que se mostrou desviada para comportamentos reprováveis, pois o réu manteve envolvimento com mulher casada, e estava à procura da vítima, mesmo sabendo que a mesma já possuía convivência com outro homem”, diz um trecho da sentença que o condenou pelo assassinato.

Caso Auriscléia

Natalino foi preso pela Polícia Civil no último sábado (14) em uma área de mata da Reserva Legal Promissão, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), em Capixaba, após fugir durante quatro dias após o crime que aconteceu no dia 11. O suspeito ainda não tem defesa e, por esse motivo,Não conseguiu contato.

O decreto judicial levou em conta a reincidência criminosa, pois o homem já havia sido condenado duas vezes, inclusive por outro homicídio, ocorrido no bairro Palheiral, em 2011, na capital acreana, sendo que, ao alcançar a progressão de regime, o detento desrespeitou as medidas cautelares e era considerado foragido.

O mandato é datado de 25 de junho do ano passado e a progressão ocorreu em 7 de fevereiro de 2022.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Natalino já foi condenado a 35 anos de prisão. As penas foram unificadas e voltarão a ser cumpridas em regime fechado. Por conta do crime cometido em Capixaba, o homem poderá ser condenado a uma nova pena caso seja comprovada a autoria dos crimes. Ele ainda vai passar por julgamento.

A decisão cita que a prisão em flagrante foi convertida em custódia preventiva, considerando o risco para as outras vítimas e testemunhas do crime.

Pastor foi transferido para Rio Branco pela polícia por medo de represálias da comunidade — Foto: Arquivo/Polícia Civil

G1

Polícia

Ministério Público Federal recomenda destruição de 500 dragas no rio Madeira

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Em até 10 dias, o Ministério Público recomendou a criação de um plano de segurança pelas forças policiais e órgãos de fiscalização para destruição completa de 500 dragas que atuam ilegalmente extraindo ouro no rio Madeira. O trecho, citado pelo MPF, compreende o distrito de Calama, no baixo Madeira, e o município de Novo Aripuanã, no Amazonas, onde há denúncias de exploração de menores, prostituição, crime ambiental, mineração e venda ilegal de minérios.  

Segundo informações da mídia nacional, a recomendação veio do 2º Ofício da Amazônia Ocidental, especializado no enfrentamento à mineração ilegal nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. O portal G1 informa que a recomendação foi direcionada a órgãos federais, como IBAMA,  ICMBio e a Polícia Federal, e estaduais, como o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM), além das Forças Armadas.

Dragas são balsas equipadas com maquinário pesado para retirar sedimentos do leito do rio e extrair minerais. O Greenpeace revelou a operação ilegal de aproximadamente 130 delas em fevereiro deste ano.

Além de destruir o maquinário, os órgãos envolvidos têm até 15 dias para apresentar um plano emergencial de ampliação da presença do Estado na sub-bacia do rio Madeira para intensificação da fiscalização, criação de bases fixas e integração entre instituições estaduais e federais. Segundo André Luiz Porreca, o garimpo ilegal amplia conflitos territoriais, contamina a água, favorece o crime organizado e a violência sobre comunidades indígenas e ribeirinhas.

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Polícia

Operação da Polícia Civil cumpre mandados contra esquema de venda ilegal de vacinas do SUS

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Nesta terça-feira (19), a Polícia Civil de Rondônia, por meio da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO2), com apoio do Ministério Público Estadual, desencadeou a Operação A Última Dose, que apura um esquema de desvio e comercialização ilegal de vacinas destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Cacoal. As apurações envolvem uma clínica particular e servidores da rede pública de saúde.

Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em residências, na sede da clínica investigada, na Secretaria Municipal de Saúde e no CER II – Centro Especializado em Reabilitação, unidade pública de atendimento a pessoas com deficiência. Documentos, aparelhos eletrônicos e registros que podem comprovar a prática criminosa foram recolhidos.

Segundo a investigação, a clínica aplicava irregularmente doses da vacina BCG, de uso exclusivo do SUS, cobrando R$ 200 por aplicação. O imunizante, essencial para prevenir formas graves de tuberculose em crianças, não está disponível na rede privada desde maio de 2023.

Além do desvio de recursos públicos, as autoridades destacam que o esquema colocava em risco a saúde da população, já que as vacinas ministradas fora da rede oficial poderiam não seguir os padrões adequados de conservação e controle de qualidade.

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Polícia

Operação da PF combate crimes de abuso sexual infantojuvenil, produção e armazenamento de material e maus-tratos a animais

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A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (19), a Operação Abominatio, para combater crimes de abuso sexual infantojuvenil, produção e armazenamento de material ilícito, além de apurar denúncias de maus-tratos a animais. A medida foi autorizada pela Vara de Crimes Contra Crianças e Adolescentes de Porto Velho.

A investigação teve início a partir de informações encaminhadas pelo Ministério Público de Rondônia, que solicitou apoio da Polícia Federal para aprofundamento de diligências sobre suspeita de crimes sexuais contra menores. A análise técnica de equipamentos eletrônicos e as diligências realizadas identificaram elementos de informação relacionados a múltiplos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes, bem como indícios de maus-tratos contra animais.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, diversos cães foram encontrados em condições de vulnerabilidade e resgatados com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA). A ação contou com a cooperação da Polícia Civil e do Ministério Público de Rondônia, em atuação integrada para a proteção das vítimas e dos animais.

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